#eternas cicatrizes
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textosaleatoriosbr · 1 year ago
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Saudade Poema da Memória e do Coração
Saudade Poema da Memória e do Coração Saudade, doce e amarga companheira, Que invade o peito, faz a alma inteira, Recordando tempos que não voltam mais, Deixando marcas como eternas cicatrizes. Saudade Poema da Memória e do Coração No silêncio da noite, tua voz ecoa, Lembranças se entrelaçam como teia boa. Saudade, sentimento que não se apaga, É a sombra que o tempo não desfaz. Na distância entre…
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quebraram · 2 months ago
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As cicatrizes na minha alma são como tatuagens, marcas permanentes de um tempo que não volta, mas que se recusa a ser esquecido. Elas não aparecem na pele, mas se manifestam no olhar cansado, no sorriso contido, no estresse, no mau humor, nas noites de insônia em que o silêncio pesa como uma montanha sobre o meu peito. Me lembro exatamente do dia em que me dei conta de que algumas dores nunca se curam. Naquela noite fria e triste, o vento trazia com ele uma sensação de abandono que parecia ecoar de dentro de mim. As palavras ditas foram como lâminas, cortando fundo, rasgando a confiança que eu havia depositado cegamente. Mas não foi a dor física que me abalou, foi a percepção de que a minha entrega não era suficiente, de que o meu amor seria sempre insuficiente para pessoas que buscavam em outros rostos os reflexos das suas próprias angústias. Era só uma questão de tempo para que tudo isso se tornasse mais uma cicatriz na minha alma, mais uma dor agonizante. As pessoas são sempre previsíveis, descartam quem as amam como se não fossem nada, só para ter um pé para viverem presas em um personagem sofrido. Elas se enredam em suas próprias mentiras e enganações, criando um teatro de sombras onde a felicidade é apenas um papel que nunca conseguem interpretar de forma convincente. As cicatrizes, no entanto, não me deixaram amargo, pelo contrário, me tornaram mais forte, mais consciente da minha própria capacidade de amar, de me doar sem esperar nada em troca. Aprendi que a dor, por mais intensa que seja, é temporária, mas as lições que ela traz são eternas. E, assim, sigo em frente com as minhas cicatrizes como testemunhas de uma vida vivida com intensidade, sem arrependimentos, sem medo de me ferir novamente. Porque no fim, são as cicatrizes que nos definem, que nos lembram de nossa humanidade, de nossa vulnerabilidade e da beleza que existe em cada pedaço que quebramos e que de alguma forma conseguimos juntar novamente.
— O meu nome é solidão, D. Quebraram.
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projetovelhopoema · 3 months ago
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Apesar das cicatrizes que carrego, não gosto de me colocar como vítima, não porque eu não fui, mas porque o passado não me representa. Tenho tentado entender porque minha preocupação com as pessoas sempre levou a elas se posicionarem mais e mais como vítimas. Às vezes a nossa empatia e nosso cuidado gera no outro a vontade de ser uma eterna vítima. Será que isso da algum conforto a elas? Talvez sim, mas eu não me perco mais em tentativas de acolher o outro quando percebo que o outro não deseja se sentir bem, mas apenas ser o centro das atenções. Eu mudei, eu cansei e para muitos, eu esfriei, mas sinceramente? Não possuo sanidade mental para doar aos outros.
— Aline em Relicário dos poetas.
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meuemvoce · 4 months ago
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Coração em minhas mãos
 Se eu fosse um personagem, seria aquele que estava em casa em uma sexta-feira noite com os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar e com um sorriso no meio da cara, dando gargalhas altas até a barriga doer. na minha frente estaria a velha taça e a garrafa de vinho que se tornaram velhas companheiras em momentos como esse e em minhas mãos estaria segurando o meu próprio coração, jogando-o de uma mão para outra, sujando tudo ao meu redor com vestígios de dor, sofrimento e uma possível esperança que carreguei dentro dele por um tempo. não faz muito sentindo imaginar uma cena como essa no momento, porém a ideia de ver todos os buracos que foram feitos nele me dá um norte do estrago em que ele ficou. lidar com a dor e com o sofrimento tem suas vantagens, sabemos o limiar delas e quando elas iram aparecer, tão acomodadas dentro do peito, sentem-se tão à vontade que pra saber a hora que elas iram ir embora fica difícil.
Esse papel de ficar com o coração em mãos e o peito aberto para todo mundo ver parece tão familiar é como se estivesse vivendo o mesmo dia em que tudo desmoronou todos os dias, tudo se repete, nunca saí do sofá, nunca parei de beber, nunca parei de chorar e meu coração nunca parou de sangrar e tenho a sensação de que essa parte do roteiro não irá acabar tão cedo. já fiz tantos remendos, costuras e até colar os pedaços que ficaram para trás que ainda me pergunto como ainda posso ter um coração, como posso sentir qualquer emoção que não seja algo que me destrói constantemente, acredito que ficou somente a carcaça porque o interior ficou vazio, um completo breu e pra quem gosta de escuridão, deu certo deixar ele dentro de mim dessa forma por um tempo, mas o cansaço chegou.
Parece meio mórbido querer viver em meio a escuridão e caos, mas parece um ato de coragem do que fugir da sua própria dor e camuflar as cicatrizes por medo de assustar alguém, podemos rir rios e chorar mares, mas as marcas da dor permaneceram e não a borracha que apague um roteiro mal escrito que evite vivermos uma mentira. a dor ela não precisa necessariamente ser continua e eterna para aprendermos sobre algo, basta lidar com ela e serem amigas que tudo ocorrerá bem ou não. faça da dor a sua companhia de copo ou seu vilão em uma peça de teatro, fique e enfrente ou corra pra longe, segure a mão ou solte, existem maneiras de lidar com os temores da vida, ninguém está preparado para sentir ou vivenciar a dor, mas somos os protagonistas da nossa própria história.
E por mais que me sinta confortável amortecendo os vestígios das mentiras que ficaram internas, sinto que necessito por apenas um momento pensar que os sentimentos mais dolorosos não existem e que nunca sentir depois da sua partida tão repentina, quero imaginar que o meu coração não está quebrado, cheio de buracos, remendados em todos os lados por conta das munições que te entreguei,  confiei e fechei os olhos, estendi as mãos e as ofereci para você, me guiou até certo caminho e de hoje em diante ando por aí querendo começar a minha história e com o coração dentro do peito, comemorando com o meu velho vinho e sendo responsável pelo meu próprio roteiro e sem plateia.
Elle Alber
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fenixrenascida · 2 years ago
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Carta aberta escrita em 19 de setembro de 2021,
"Só existem dois dias realmente importantes na nossa vida: O dia que a gente nasce e o dia que a gente descobre porque a gente nasceu.
Eu não sei bem se eu apresento você pelo nome ou te chamo de Anjo, apesar de que isso pouca importa agora. Mas como mesmo depois de mais de 10 anos, eu nunca a tornei pública, hoje eu queria deixar registrado meu sentimento de gratidão pela sua vida e pela sua passagem na minha.
Apesar de apenas poucas pessoas realmente terem conhecido a fundo tudo que aconteceu, essa carta aberta serve pra fechar um ciclo que eu sempre achei que fechei da maneira correta e acabei passando por muitas coisas, que de fato foram importantes pra me ajudar a entender quem eu sou hoje.
Quando a gente se esbarrou pela única vez, eu jamais ia imaginar que você ia se tornar tão importante e depois tudo isso iria ser apenas eternas lembranças e cicatrizes no rosto. Você pode não ter vencido a batalha contra o câncer, mas todos os dias que lutou, até o dia 17 de Junho de 2009, nos ensinou bastante. Só não ensinou como viver bem após isso, mas essa missão era minha, e eu devo falar... Eu falhei miseravelmente. Mas com o tempo, com as pessoas certas, eu consegui encontrar a Luz.
Eu nunca passei pelo LUTO, nunca me dei o tempo de sofrer pela sua partida, mas a alguns meses atrás eu resolvi sentir. E a dor da perda é cheia de vazio, transborda, e aí eu lembro de uma frase que fala sobre quando perdemos alguém, onde cada vela, cada oração, não compensarão o fato de que a única coisa que sobra é um buraco na sua vida, onde a pessoa que você gostava costumava estar.
Obrigado por tudo que você me ensinou, me desculpa pelos anos que eu te decepcionei, mas é que eu não me dei nem ao direito de sentir a dor de perder você, de tão grande que era o medo de sentir isso. Eu prometi a você que ficaria bem e que só lembraria de você com amor, e é com amor que eu escrevo tudo isso.
Por muitos anos eu cobrei a Deus por a ter levado, mas o que eu não queria enxergar era que tudo acontece com a sua permissão, mesmo quando não nos cabe entender, apenas sentir. Em tudo daí graças. Descanse em paz, Luana."
@fenixrenascida | Luis Junior
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intensificavel · 2 years ago
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Já ouvi dizer que “amar é um ato de coragem”, porém nunca havia parado para refletir sobre. Quando a gente ouve a palavra amor, soa somente como algo bonito, incrível e que é gostoso de sentir, mas ninguém conta os efeitos colaterais a longo prazo que ele causa. Amar dói demais, machuca, não vem com garantias, nem com certezas, deixa cicatrizes e marcas eternas, é literalmente uma prisão, uma tortura e mesmo assim não conseguimos evitá-lo, afinal evitar o amor é evitar viver, muito contraditório não? Mas nessa vida nada faz sentido, principalmente o amor!
—Just-1decision
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tua-risada-minha-paixao · 4 days ago
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Há algo de cruel no tempo, na forma como ele se arrasta e, ao mesmo tempo, escapa por entre os dedos. Às vezes, sinto como se estivesse presa em um vazio sem cor, onde cada tentativa de seguir em frente é sufocada pelo peso do passado. Dizem que nunca é tarde para mudar, mas as cicatrizes parecem ser eternas, e as escolhas que fiz desenham sombras que me acompanham.
As memórias gritam em minha mente, ecoando palavras que nunca foram ditas e gestos que nunca fiz. Um abismo entre quem eu sou e quem eu poderia ter sido. As chances perdidas dançam ao meu redor como fantasmas, me lembrando que, mesmo que eu quisesse, não há como voltar.
Talvez haja redenção, um lampejo de luz no horizonte cinza. Mas será que é real ou apenas mais uma ilusão? Porque, no fundo, o vazio conforta. Ele é constante. E, de certa forma, é mais fácil se render a ele do que enfrentar a possibilidade de falhar de novo.
Se nunca é tarde, por que parece que o tempo acabou?
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princesa-estrelinha · 6 days ago
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Apesar das cicatrizes que carrego, não gosto de me colocar como vítima, não porque eu não fui, mas porque o passado não me representa. Tenho tentado entender porque minha preocupação com as pessoas sempre levou a elas se posicionarem mais e mais como vítimas. Às vezes a nossa empatia e nosso cuidado gera no outro a vontade de ser uma eterna vítima. Será que isso da algum conforto a elas? Talvez sim, mas eu não me perco mais em tentativas de acolher o outro quando percebo que o outro não deseja se sentir bem, mas apenas ser o centro das atenções. Eu mudei, eu cansei e para muitos, eu esfriei, mas sinceramente? Não possuo sanidade mental para doar aos outros.
•(Aline em Relicário dos poetas)
•(Fonte:projetovelhopoema)
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alleneves · 2 months ago
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Sempre desejei saber quanto tempo cicatriza uma ferida? ...Ou será que realmente cicatriza um dia?... Será que pra isso leva toda uma vida?... Será que vira uma dor latente?...Ah, a verdade é que quando dói, faz arder o peito, e as cicatrizes nunca são cicatrizadas, elas são marcas eternas, elas conseguem fazer doer o peito, faz arder a mente ... Tenho em vista que as minhas feridas não estão cicatrizadas.... Hoje tenho a noção que apenas não sangro como antes, talvez minha alma esteja mais vazia que antes..... Se elas abrirem novamente ficará difícil viver....
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luuhmarques · 1 year ago
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Você chegou com calma em minha vida.
Foi procurando um lugar para se acomodar até que em algum momento você achou, foi falando aos poucos de suas conquistas e sonhos ainda por realizar.
Você foi conquistando um espaço aqui, outro ali.
E quando dei por mim você já fazia da minha vida sua nova moradia.
Me fez amar o teu riso, os teus olhos, as tuas manias, os teus silêncios, tuas cicatrizes, teus medos e por fim me fez amar atua alma.
Sim você chegou com calma e me fez te amar com a força de um furacão quando toca o chão.
Então te peço apenas uma coisa, não vá embora, faça de mim a sua eterna morada, o caiz pra onde se volta depois de um tempo no alto mar, seu ponto de partida e de chegada.
By:Luuh
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abraporu · 3 months ago
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Nanci
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Rio de Janeiro, capital das fantasias instantâneas. A pioneira quarta-feira das novas cinzas. O carnaval pós-pandêmico se estendia.
A história, a seguinte: não havia verbo ou verba. Apenas ideias esparsas povoavam seu pensamento. No mais, havia trevas. Silêncio.
Deixara um labor de anos, pegara a rescisão, decidira viver o que ainda não havia vivido, pois nunca lhe foi dito outras histórias além das que leu na TV. Não sabia inventar além das entrelinhas. Assim, por escolha própria, fora sozinho por anos a fio. Subindo estava pelas paredes. Zarpou.
Aproveitou a seu modo seu breve estado errante. Conheceu o que deu, e por fim estava ali, naquela zorra carioca. Justo aquela, a última semana com fundos, e a vista já aportavam os débitos de sua vida vazia de sentido.
Valera a pena? Até ali, tinha sido sempre o mesmo enredo. Mas em sua mente logo seria costurado o infinito. A surpresa surgiria no sambódromo.
A malandra sereia aportou de onde nunca se saberá. Do mar, feito magia, se fez leveza. Não deslizara sobre a chuva. Mas, com ela, era uma.
Aquela passista parecia abrir a possibilidade de ser feliz. Só por uma noite.
Tomou ali a coragem do flerte.
– Dou-te o mundo pra descobrir o mistério por debaixo dos seus véus.
– O mundo, não almejo. Mas me ouça; se for atento, poderás desnudar-me.
As mulheres carregam centelhas não à toa. Pensara nela como o fogo. Sua primeira visão: sua beleza era inatingível. Mas o olhar correspondido desamparou o medo. Com um sorriso, alçou o amor.
Sua voz, da foz da alma, acalmou a sofreguidão. Ditou então as veredas de sua resistência. De onde viera, sem gana, se fenecia. Refugiada de mazelas, muitos quintais tivera em poucas primaveras. Resistira pela ira: as violências sofridas, as afrontou, e na sua revolta com ela trouxe um povo. Pelas palavras, pelos suspiros, livrou de amarras a malta.
Seu caminho era aquele. Uma guerreira de tantas cicatrizes, se ainda assim abrigava tanto calor, é porque o que vale na vida solapa a dor. Só pode.
– Vou te contar uma lenda, que vivemos há alguns séculos, disse rindo.
Assenti.
– E todo o resto não será mais verdade!
Por um breve momento, minhas preocupações viraram neblina. Ouvidos tinha apenas para o insólito mundo daquelas fabulações.
Ela era eterna. E tenra. Mas nem sempre foi assim.
Seu povo, ouro derramou sobre os quatro cantos do planeta. Mas a miséria ainda assim os alcançou: suas mandingas não mais bastavam, e algo estranho aconteceu. A memória dos velhos havia se subtraído: um inimigo invisível ceifou a vida dos anciãos, bibliotecas vivas de sua terra. Não havia sinais grafados nas cavernas, nos ossos, na areia, em papiros que pudessem trazer de volta parte de toda a invenção dos deuses antigos. A sabedoria corria perigo. Um liame entre a terra e o além precisava urgentemente ser tecido.
– Decidimos a contragosto aportar em águas e terras vizinhas. Pelos anos adiante, nossas raízes se espalharam, e as vozes perdidas renasceram - cada qual a seu modo. E é nas festas que enxergamos frestas para sorrir. Por isso, estou  aqui, nas batucadas, nos jongos, nos maracatus. Eu sou na dança nossa herança...
Nanci continuara sua toada. Para ela, os grilhões da iniquidade ainda eram sentidos nos rastros das vidas perdidas a esmo, no ranço das desigualdades a flor da pele. Mas, se o jogo do hoje era a luta, a bala, seria no conhecimento gerado em roda, nos gritos dos griots, que o escudo precisava ser cultivado - contraponto a violência precisa é a paz com voz.
– Qual teu nome, consagrada?
– E por ser filha dos filhos de Anansi, me fiz Nanci.
Antes de acessar a chave do resto do baú de suas pérolas, me foi dada a missão.
– Soprarei minhas histórias, que serão suas eternamente. Procure, ache, ame minhas três irmãs, que também estão nesse entrudo.
– Faria tudo pela tua pele, tuas memórias... Mas não tens ciúmes?
– Na festa da carne, todas as almas precisam ser descobertas.
Perplexo, foquei a multidão. Como achar ali três estrelas?
Antevendo minha confusão, ao menos me alentou:
– Seu sentimento, sua astúcia serão seus olhos, seu caminho. Vai-te!
Como tinha em mãos o vácuo, com as pernas fui a sambar um novo destino. Ao batuque de cem dengos, anoitecia.
No abre-alas, pelo instinto felino achei Rosa.
Perigosa, ao primeiro descuido, iria me desferir um - Boa noite, Cinderela! Por isso, em mim injetei o antídoto da sofreguidão.
– Fera assassina, morda minha alma.
Ela ri.
– Sua ordem é um desejo... vai sangrar, mas não doer.
Seus dentes de sabre me atacam.
Inebriada com o veneno do fundo das minhas veias, surpresa, a pantera adormece. Imersa em minha rede, a embalo e parto para a próxima presa.
No enxame da bateria, sinto o perfume da abelha Maia.
Como uma flor, exala beleza simplesmente por existir. Por ela, em minha saliva escondi morfina.
– Com um beijo bambo, me faz voar.
Ela ri.
– Sua ordem é um desejo... Toma aqui suas asas.
Seus lábios doces me apimentam.
Inebriada com o veneno de minha língua, malevolente ela adormece. Imersa em minha rede, a embalo e parto para a próxima presa.
Ao lado do Cristo mendigo, encontro a fada Mara. Sinto a gula do seu querer. Ela me perscruta ao longe. Mal sabe o que guardo entre os dedos.
– Amar é um caminho sem margem. Me invada.
Ela ri.
– Sua ordem é um desejo... por instantes, seremos milagres.
Sua volúpia me arrepia.
Inebriada com o segredo do meu querer coberto de magia, encantada ela adormece. Imersa em minha rede, a embalo e parto para próxima presa.
Uma ideia louca me vem a tona. Precisaria de uma testemunha para esse milagre do meu desencantamento. Por sorte, avisto uma senhora, de sorriso beatífico, que me encara como uma presa. 
– Grande mãe, venha comigo, vou me casar por uma noite para poder viver cem mil dias.
– Oxalá, que história é essa garoto? Epahei! Simbora.
– Veja Nanci. Te trouxe aqui, suas irmãs, e essa anciã, que vai abençoar nossa única noite de núpcias. Findo o carnaval, gira a roda, cê sabe.
– Axé!! Pelo amor, você manteve a chama acesa. Adormecidas minhas irmãs, em seus sonhares elas ainda o preservam. Feche os olhos e as achará também em seus devaneios. Nossos sangues, ao se cruzarem, se tornaram contínuos, irmãos.
A anciã, desejosa por voltar ao fim dos confetes, jogou-nos a afrodisíaca água-de-cheiro dos tempos antigos. Gargalhando, se despediu, e se foi carregada em meio a muvuca.
Nanci ninou suas irmãs numa cama feita de nuvens. Eu estava em delírio, sei bem por que. Do contrário, não haveria nada disso, afinal.
– Vem comigo. No Catete tem um palacete que é só meu, só nosso, hoje.
Como num passe de mágica, voltei ao hotel onde vi Vargas pela janela, baforando do além seu cachimbinho.
– Vi na sua retina, franqueza. Por isso, assim como minhas irmãs, fui tua hoje. Para todo o sempre terás minhas e nossas memórias.
– Eu nem tenho como agradecer.
– Você precisa apenas compartilhar todo o amor que lhe foi dado. Isso não é um pedido; é um chamado. Entre nossos sentires um elo foi construído: nessa linha, encontrarás a razão de seus dias, a emoção do seu pensar.
– Poesia pura, você.
– Ouça: triunfe pela fraqueza. É da essência da vida, adaptar-se. Equilibre sua resiliência. Transforme o inconformismo em atitude. O silêncio em ruído. As palavras em gestos. Os gritos em levantes. Saindo da cama, ajoelhe-se, ore, regue suas esperanças, e vem cá a boa luta do amar.
Arqueando meus olhos, senti suas últimas palavras.
– Lembre-se: fabular é preciso perante o abismo...
Ainda a ouço.
– Amanhã, todos seremos cantares.
Acordei com a aranha a tecer uma teia em minha língua.
Com um bom dia, a rompi
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prettyhboy · 6 months ago
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MEMÓRIAS QUEBRADAS.
Quando eu morrer ninguém vem comigo, é melhor não ficar aflito durante o conflito que te deixa sozinho.
Está tudo tão embaraçado, eu brilhava quando estava ao seu lado, e no tempo vasto entre um e outro traço de personalidade vago me sinto abençoado.
Abençoado por ter apenas meu próprio amparo.
Não parei mas falhei, não amei mas tentei.
Não deixei de elogiar mas deixei de tentar voltar pra lá.
Deixei pra lá esse pesar, e apesar de querer parar, só penso em chorar e me deitar pra pensar sobre aquilo que costumava me matar.
Mas morrendo lentamente vi meu corpo definhar e as cicatrizes não quis mais curar.
Cover: prettyhboy.
Poema por: prettyhboy.
20/05/2023.
O homem é uma criatura estranha.
Todas as suas ações são motivadas pelo desejo.
Seu caráter é forjado pela dor.
Por mais que ele tente suprimir a dor.
Suprimir o desejo.
Ele não pode se libertar da escravidão eterna dos seus sentimentos.
Enquanto durar a tempestade dentro dele. Ele não conseguirá encontrar a paz...
Nem na vida, nem na morte.
E assim ele fará todos os dias o que for necessário, a dor é o seu navio.
O desejo, sua bússola.
É só disso que o homem é capaz.
ADAM - ????
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stcnecoldd · 5 months ago
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⠀ P・ O・ V #01 ⁝ N O T H I N G L E F T T O L O S E
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O rescaldo do ataque ao acampamento ainda pairava no ar, uma mistura sufocante de cinzas e desespero que impregnava cada respiração sôfrega. Com a promessa de ser uma noite de alegria e celebração, aquele baile fora transformado em um pesadelo dilacerante, tal como havia temido. Observando as ruínas do pavilhão, sentia uma parte de si partir junto com a vítima fatal da noite trágica. A dor que a consumia consistiam em emoções conflitantes. Não conseguia afastar o pensamento torturante de que tudo poderia ter sido evitado. A escolha insensata de cada campista em participar daquela comemoração inapropriada lhe causava ressentimento, mas imperdoável era o comportamento das divindades que permitiram que o desastre anunciado se concretizasse. Cada gota de seu esforço físico estava drenada, mas era sua alma que se encontrava irremediavelmente devastada. A sensação de angustia pesava em seu coração como uma âncora, enquanto ela se perguntava se algum dia seria capaz de superar as incessantes tragédias que a rodeava.
Os olhos vazios refletiam a dor profunda por não poder chorar, aprisionando a angústia dentro de si, enquanto uma tempestade de neve em sua alma rapidamente se transformava em uma fúria gélida, convertendo-se em uma chama fria que ardia silenciosamente em seu íntimo. A memória devastadora de Flynn, deitado no chão com os olhos sem vida, era uma sombra eterna que jamais desapareceria. Indomável, o sentimento de culpa a sufocava. Era atormentada pela impotência de não ter conseguido salvar o semideus, de não ter podido protegê-lo das forças desconhecidas que assombravam o acampamento. Mas esse não é um dever que cabe apenas a você, repetia para si mesma, tentando afastar a cobrança que, no fundo, sabia ser injusta. O misto de sentimentos era um nó que se apertava cada vez mais, uma presença constante que ameaçava esmagá-la a qualquer momento de mínima fragilidade. Carregar o fardo sozinha era insuportável, mas necessário.
A cada dia que passava naquele lugar condenado à destruição, sentia sua percepção se tornar mais aguda: os vínculos que uma vez a fortaleciam agora pareciam correntes, ameaçando arrastá-la para um abismo profundo. Cada lembrança dolorosa e perda sentida eram tijolos adicionais em sua fortaleza fria, construída não apenas como proteção, mas também para conter a tempestade interna que a consumia. Aurora sabia que o isolamento emocional era um caminho solitário, mas a perspectiva de mais sofrimento tornava impossível a ideia de baixar a guarda. Sufocava o conflito constante, onde desejava se conectar, mas temia as cicatrizes que tais vínculos poderiam deixar. E deixariam, certamente deixariam. Assim, caminhava pela tênue linha entre a necessidade de se proteger e o desejo profundo de não se afogar na solidão, uma luta incessante para encontrar um equilíbrio que parecia eternamente fora de alcance.
No entanto, havia uma força dentro dela mais poderosa, que sobrepujava seu medo da solidão: uma determinação feroz que começava a tomar forma. A necessidade de desvendar a verdade por trás dos ataques, a urgência de proteger aqueles que ainda restavam de pé, e a fúria contra os deuses indiferentes, alimentavam seu espírito combativo. Mesmo sem lágrimas para expressar o que guardava no peito, sua alma clamava por uma conclusão. Clamava por justiça. A mesma justiça que não encontrou no sacrifício do próprio pai na proteção de sua vida, que não encontrou no abandono e na maldição rogada por Quione, que não encontrava nas dezenas de semideuses que eram submetidos ao mesmo destino de renúncia. Essa chama interior iluminava o caminho e a fortalecia, mas talvez a consumisse por inteiro. No coração ecoava a promessa de não permitir que Flynn e as demais vítimas se tornassem meras memórias trágicas, mas em um símbolo de sua luta. Como uma corrente invisível, mas inquebrável, a determinação - e uma grande dose de autodestruição e desesperança - a impulsionava adiante. E assim, mesmo em meio ao desespero e à dor, erguia-se. Já estavam destinados ao fim. A luta apenas começava, e nada, nem mesmo os deuses ou a consciência do potencial suicida de sua missão, poderiam detê-la.
O silêncio que se seguiu ao caos era ensurdecedor, preenchido apenas pelas lembranças de risos que se transformaram em gritos e pela certeza amarga de que, no meio das cinzas, algo precioso havia se perdido para sempre. Os olhos, habitualmente frios, ergueram-se abruptamente e encararam o que restava do acampamento mais uma vez devastado, agora irradiando um brilho avermelhado que se mesclava à névoa densa de seu ressentimento. Não restava nada a perder.
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projetovelhopoema · 5 months ago
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Frieza /ê/
1. Figurado: atitude de reserva em relação a pessoas, acontecimentos, ausência de envolvimento diante do que se passa em torno, distanciamento. 2. Estado daquilo que é desprovido de calor, frialdade, friúme, friúra.
Frieza. Essa palavra ecoa como uma canção em minha mente definindo cada fibra do meu ser. Sou fria, calculista, esculpida por traumas profundos e situações que me marcaram de maneira indelével. Desde que me conheço por gente minha vida tem sido uma sucessão de invernos, cada um mais rigoroso que o anterior, moldando uma armadura de gelo em torno do meu coração. Se é que posso dizer que possuo um.
Um dia, ousei amar, abri meu coração, acreditando na promessa de calor e conforto, mas esse amor se revelou uma miragem cruel. Fui tocada pela traição mais fria, onde as minhas vulnerabilidades foram exploradas, onde a minha confiança foi usada como uma lâmina afiada. A quem amei um dia, transformou minha fraqueza em uma arma, deixando cicatrizes que o tempo não consegue apagar.
Então, não me julgue por cada movimento que é calculado, cada emoção cuidadosamente contida. Sou uma estrategista das emoções, planejando cada passo em um campo de batalha invisível. A dor do passado forjou uma muralha inquebrável, um escudo gelado que me protege do caos e das incertezas do mundo.
Minha frieza é uma dança meticulosa entre a autoproteção e a sobrevivência. É minha resposta à vulnerabilidade, minha defesa contra um mundo que tantas vezes me deixou à mercê de tempestades emocionais. Nesse estado de eterna vigília, encontrei uma espécie de paz. A frieza não é apenas uma característica, é a poesia sombria dos traumas que me definem, a melodia silenciosa da minha resiliência.
— Caroline Missio em Relicário dos poetas.
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arcanjo-da-dor · 2 years ago
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Existe uma guerra
Aqui dentro de mim.
Tiros e explosões a todo tempo.
Lágrimas e feridas expostas.
Dores, rancores e cicatrizes.
Sangue jorrando lentamente.
Gota por gota.
Existe um guerra
Aqui dentro de mim.
Uma luta eterna
Entre eu contra inúmeros eus.
E não importa o fim dessa
Batalha.
Pois, de qualquer forma eu ganho.
Mas, de qualquer forma eu também
Perco.
Marcelo D'lacruz
__Direitos autorais ®
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mysteryacademyhq · 1 year ago
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FAMILY MYSTERY;
Talvez alguém possa encontrar clareza em meio ao terror e ao escuro... Mas esse não foi o caso de Martin ou Diana. Arrogância se provou um veneno terrível, uma lâmina invisível que se aproximou demais e levou o que quis, M.O.M não resistiu e talvez tenha servido de exemplo, eles eram os mais experientes e maiores combatentes em Crystal Cove, mas isso não significou nada em frente a face da morte - a não ser que sangramento descontrolado seja considerado uma virtude. Quando saíram daquele abatedouro escuro, muita coisa ficou para trás, não só os corpos das pessoas queridas, mas fragmentos de suas mentes e de seus corpos... Jamais contariam os horrores que viram abaixo do chão, isso seria alimentar esses traumas em suas mentes e permitir que eles contaminassem a mente de outras pessoas. Martin foi quem mais mudou depois daquele dia, seu sorriso foi roubado e parecia a beira de um ataque de raiva a todo momento, a frustração de não terem conseguido um resultado melhor na batalha de suas vidas o fez sentir um ódio tão profundo de si mesmo que a única resposta só poderia ser encontrada no fundo de uma garrafa, no ardor de uma bebida descendo por sua garganta e na falta de lucides da embriagues. Diana, apesar de não ter cedido, não saiu intocada, as cicatrizes da batalha estavam sobre sua carne e em seus pensamentos, roubavam-lhe o sono à noite, quando finalmente poderia descansar, acabava por ver o rosto de M.O.M, congelado naquela expressão de horror eterna.
O alívio com o álcool se tornou um hábito e o depois o hábito virou vício, um ciclo infinito e sem fim, onde Martin não conseguia passar um dia sem precisar em se entorpecer, seu carrasco morava atrás do espelho e nunca parava de o julgar, aguardando o momento certo. Não há fundos que sustentem um vício tão poderoso, o salário de diretor da academia não era mais o suficiente para a bebida, as fanfarras e os gastos delirantes de um Martin bêbado. Ele se provou mais de uma vez que não era adequado para o cargo, suas falhas eram constantes, atrasos, irresponsabilidade e principalmente decisões ruins... Diana e seus colegas do Centro precisaram remover o cargo de Martin e isso fez com que ele se afastasse deles por anos, levando-os a um árduo divórcio. Diana viveu para sempre na sombra de sua antecessora, não seria diferente agora, Olivia foi excepcional e a comparação entre elas era duríssima, fazendo com que a nova presidente se encontrasse em uma constante síndrome do impostor, se tornando cada vez mais e mais presa numa versão idealizada de quem era a M.O.M. Os dias também pareciam infinitos, onde em seu trabalho, entrava cada vez e mais fundo e mesmo assim, nunca era o suficiente, assim como cada vez mais longe da família que tentava manter.
Descendentes; 1 male.
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